quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sobre sonhos.


Marina, o que você gastou nessa viagem daria para comprar um carro, sabia? - Claro que sabia, afinal eu paguei. Pensei. Mas não respondi. Lembrei das pessoas que conheci. Das coisas que aprendi. Das paisagens que eu vi. Sorri e repeti o bordão: Tem coisas que o dinheiro não compra. Parece que não convenci. Adiantou? - me perguntou de novo - Passeou e agora tem que andar de ônibus, prefiro ficar por aqui e ter minha independência! Ok. Prioridade não se discutir. Pensei de novo. E até agora não entendi essa história de independência. Bom, tenho que ir, a gente se fala outro dia, respondi. E fui. Fui sabendo que meus sonhos não cabem no porta malas de um carro. Sabendo que lembranças não são roubadas. E que as minhas histórias, são mais interessantes do que o transito caótico de São Paulo. Sei que estaria mentindo dizendo que não gostaria de ter um. Gostaria. Claro que gostaria. Mas gostaria de um monte de outras coisas. Gostaria que amanhã fizesse sol. Gostaria que o feriado não caísse de domingo. Gostaria conseguir manter uma dieta por pelo menos um dia. Agora o que eu quero. O que eu quero mesmo. É viajar. Conhecer o mundo. Novas culturas. Novas pessoas. Novas paisagens. Novas idéias.  Pois como dizia o, não tão novo assim,  sábio: A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original. E então tenho que aceitar, ainda vou andar muito de ônibus nessa vida.